Encaramos o velho problema dilemático das almas pobres e nobres. Pobres por pena e lamentação e nobres de princípios e práticas. Onde tudo era amor e um eterno contemplar do simples que atraia o belo, por sua vez. Assim deveriam ser os dias apresentados como livres, justos e sem guerras. Mas não é bem assim.
Hoje é facção que te roubam até a liberdade outrora conquistada com dor e sangue. Hoje bagunça atemporal como nas guerras do Vietnã. Não pertenço a isso. Não quero viver em um mundo sem amor, não estou na linha de frente dos fãs de Neruda (prefiro Bukowski). No entanto não quero viver em um mundo sem o amor, apenas com a dor de ver o grande horror da hipocrisia, ver nossos rostos expostos no jornal, cheios de dor. Somos as negras dos morros- dor estampada nos rostos, somos a classe excluída nas covas severas das injustiças.
Como amanhecemos com tanta tragédias na primeira folha cinza? Sinto que precisamos ressuscitar os princípios para gozar da felicidade real que pode trazer a vida para o plano realmente real e não fantasiado e taxado de legal. Oras, quero a profundidade de Veneza- para sempre molhada. Mas viramos um enorme Estado de pânico, onde comanda o caos e obedecem as mágoas e tristezas, aliados do fim. Estamos secos e longe de casa. Aconteça o que acontecer prefiro o auto-resguardo, isso me dá mais tempo para pensar e ir contra essa maré que nos afasta cada vez mais das margens… Chegar até elas significa nossa própria carta de alforria. Mas e o grande dominador? O Sistema ainda precisa ditar comandos e consequentemente precisa dos designados para cada missão. O impasse final: nadar contra a maré ou continuar nessa grande onda?
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